Pequeno Dicion?rio de Arquétipos de Massa

pequenas ficções e alguma crueldade

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quinta-feira, março 13, 2003
 


O Imortal

Nasceu pobre, no interior. Nunca tinha visto o mar: era esse um dos seus sonhos. Escreveu um poema sobre um barco sem saber qual era a sensação de estar dentro de um.
Viajou para a capital, tão bonita com suas luzes. Teve iluminações.
Foi lá que conheceu o amor. Amores. Dez corações de uma vez para poder se apaixonar.
Levou um tiro do amante louco de ciúmes; escapou e foi para a África traficar armas. Escapou da bala, mas não da doença que o corroeu e o matou ainda novo. Não tinha vinte e cinco anos.
Nunca mais escreveu poemas. Não precisava: ao morrer, havia vivido tantas vidas numa só. Vai, Arthur, ser gauche na vida.


segunda-feira, março 10, 2003
 
Da Série: Rascunhos Encontrados em Cadernos Velhos.
"A moldura cerâmica do espelho é na verdade um supercondutor state of the art, que gera um campo gravistático (ou gravidinâmico, ainda não sei bem), ou seja, contém um microssistema fechado onde as leis da gravidade são manipuladas dentro de certos parâmetros. Grosso modo, é aquilo que os filmes de ficção científica convencionaram chamar de 'campo de força'."